Velejador foi morto em 2001 num assalto ao veleiro que ele usava durante expedição na Amazônia. Cinco investigados de integrarem quadrilha que atacava navios estrangeiros na Foz do Amazonas foram presos durante operação nesta quinta-feira (5). Operação prendeu 5 por invasão a navios estrangeiros e roubo de tintas, no Amapá
PF/Divulgação
Um dos assassinos do velejador Peter Blake foi preso com armas e munição em uma operação da Força-Tarefa de Segurança Pública (FTSP) do Amapá na manhã desta sexta-feira (5). A ação investiga uma quadrilha de piratas invasores de navios estrangeiros na Foz do Rio Amazonas e na área portuária da região metropolitana de Macapá. Outros 4 suspeitos também foram presos.
O velejador neozelandês realizava uma expedição na Amazônia e foi morto aos 53 anos quando estava ancorado no Rio Amazonas, próximo à região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Fazendinha, em Macapá.
O homem preso durante a operação desta sexta que participou do crime cumpria a pena em prisão domiciliar. As investigações apontam que ele continuava realizando ataques como “rato d’água”, nome dado a “piratas” que invadem embarcações no Rio Amazonas.
Operação Nereus
A operação teve como objetivo cumprir 15 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão preventiva nos bairros Elesbão, Ilha de Santana e Comunidade do Ambrósio, no município de Santana.
Dos 6 mandados de prisão, 5 foram cumpridos, sendo 3 com flagrantes por receptação de tinta naval e porte ilegal de arma.
As investigações iniciaram após uma cooperação da Força Tarefa de Segurança Pública com a Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (CONPORTOS) para apurar as constantes ações “piratas” em navios mercantes na Foz do Rio Amazonas e também na área portuária da região metropolitana de Macapá.
De acordo com a Polícia Federal (PF), foram identificados inúmeros boletins de ocorrência que relatava as invasões e cerca de 40% deles informavam furtos e roubos de “tinta naval” que é utilizada para o reparo de embarcações e tem valor comercial.
A Força Tarefa levantou ainda que os investigados estariam utilizando um depósito, localizado na Baixada do Ambrósio, em Santana, para armazenar os equipamentos utilizados nas ações (tintas navais, embarcações, lonas e cabos).
Assassinato de Peter Blake
Velejador Peter Blake em frente ao barco Seamaster, durante expediação do Brasil
Reprodução/TV Liberal
Peter Blake estava no Brasil para uma expedição no veleiro Seamaster, barco laboratório no qual desenvolvia a campanha “Blake Expeditions”, para alertar sobre os problemas ambientais dos rios e oceanos.
Homens armados, que estavam em um pequeno barco motorizado, abordaram a embarcação do esportista neozelandês e anunciaram o assalto. Eles recolherem dinheiro e objetos pessoais das nove pessoas, entre estrangeiros e brasileiros, que estavam no Seamaster. A tripulação reagiu.
De acordo com a polícia, Blake – que levava um fuzil no veleiro – teria disparado contra os assaltantes. O velejador, de 53 anos, foi morto durante o tiroteio. Outros dois tripulantes ficaram feridos, mas sem gravidade.
O laudo da perícia apontou que Blake morreu por hemorragia interna provocada por dois tiros nas costas. Um deles atravessou o corpo e o outro ficou retido. Os ladrões conseguiram fugir de barco.
Considerado o maior velejador do mundo e bicampeão da America’s Cup, Blake liderava expedição científica, planejada para durar até 2005, que percorreria diversos pontos do planeta – entre eles, a Amazônia.
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