Lei sancionada em 2021 proíbe a queima de fogos com estampidos no município para a proteção dos que possuem hipersensibilidade auditiva. No entanto, a prática ainda é comum. Especialistas explicam o efeito da prática e dão orientações para prevenir crises. Fogos com estampidos são prejudiciais para crianças e autistas
Arquivo/g1
A queima de fogos no réveillon é uma prática comum. Porém, um momento de confraternização pode se tornar um verdadeiro pesadelo para portadores de hipersensibilidade auditiva, como pessoas que possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e alguns animais, sendo em sua maioria cães e gatos.
Em Macapá, uma lei que prevê multa para quem realiza a queima de fogos com estampidos foi sancionada no ano de 2021. As multas variam entre R$ 50 a 50 mil para pessoas físicas e até R$ 50 milhões para pessoas jurídicas.
Especialistas explicam o que acontece no momento de crise dos que possuem audição sensível, desencadeado por um alto barulho e orientam.
Ao g1, a psiquiatra especialista em TEA, Alessandra Monteiro, explica que a sensibilidade aos altos sons é uma das modalidades sensoriais mais alteradas e evidentes no autismo.
“Cabe ressaltar que nem toda pessoa com TEA apresenta a hipersensibilidade auditiva, mas, aqueles que apresentam, frequentemente relatam que a sensação é de como se espinhos entrassem em seus ouvidos, causa desconforto, dor e pode até desencadear uma crise, já que o bem-estar está ligado diretamente à questões emocionais e auto regulatórias”, disse a especialista.
Recomendações:
Segundo a especialista, para evitar uma crise é importante trabalhar a prevenção com as seguintes medidas:
Uso de abafadores auditivos;
Distração com brinquedos, música, vídeo, objetos ou atividades preferidas da criança ou adulto;
Atividades que prendam a atenção.
Abafador de ruídos e distrações ajudam portadores de TEA durante crises causadas por altos estrondos
Reprodução/Internet
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Já em casos de crises em animais, o médico veterinário especialista em cardiologia, Denis Quintas explica que cães e gatos têm uma audição muito mais sensível que a dos humanos e altos ruídos podem provocar medo e ansiedade em alguns pets.
“A questão dos fogos de artifício, principalmente os que tem estrondo, provoca o medo e a ansiedade, esse medo provoca o que chamamos de taquicardia, que é quando o coração acelera excessivamente. Em alguns animais cardiopatas mais graves, um estresse desse nível pode ocasionar desmaios e inclusive morte súbita. Também tem animais epiléticos que podem apresentar crises convulsivas tanto com o som quanto no brilho dos fogos”, explicou.
Recomendações:
De acordo com o veterinário, se o animal tiver a fobia dos fogos e a sensibilidade, é necessário tomar medidas de proteção para que ele se sinta mais seguro, sendo:
Uso de abafadores auditivos com um algodão hidrofílico;
Música em som ambiente; (Há diversas playlists de músicas relaxantes para pets disponíveis na internet)
Uso de feromônios relaxantes, vendidos em petshops;
Amarração com lençóis e roupas executada corretamente.
Abafadores auditivos para cães evitam crises durante queima de fogos com estampidos
Arquivo/g1
No Natal em 2014 em Macapá, uma cadela chamada “Mel” morreu por conta do susto com o barulho dos fogos. Em 2016, a cadela “Fadinha” teve convulsões após a queima de fogos e não resistiu .
Se o animal não puder ser tranquilizado em casa, a recomendação é procurar atendimento veterinário de emergência.
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