Testemunha disse que ao passar ao lado do carro da vítima ouviu o choro do menino. Relato foi contado nesta segunda-feira (23) no julgamento de Joaquim Pereira da Silva, acusado de matar o Tenente Kleber dos Santos Santana, de 42 anos, em 24 de fevereiro do ano passado. Testemunha interrompeu ataque a tiros e resgatou criança do carro após tenente Kleber morrer baleado no AP:
TJAP/Divulgação
Uma das principais testemunhas no julgamento do major da reserva remunerada Joaquim Pereira da Silva, da Polícia Militar (PM), reu confesso por matar o Tenente Kleber dos Santos Santana, de 42 anos, contou que resgatou o filho da vítima de dentro do veículo e entregou nos braços da mãe.
A testemunha começou a ser ouvida por volta das 13h desta segunda-feira (23). O homem, que não foi identificado nesta reportagem, contou que o local onde o PM foi assassinado faz parte do trajeto diário que costuma seguir
Com um relato rápido, mas emocionante, ele contou como foi a própria dinâmica em meio aos tiros. Acompanhe os trechos abaixo:
“Eu vou da academia em direção a minha casa e quando eu me deparo com a situação [os tiros], já tinha acontecido no caso. Eu já vi só o acusado com a pistola na mão saindo do seu carro e o carro da vítima estava mais a frente”, disse.
Homicídio de policial militar no Centro de Macapá
Núbia Pacheco/g1
A testemunha contou que inicialmente acreditou se tratar de um assalto em função de ver o réu com a pistola.
“Mas depois eu vi ele atrás da caminhonete se protegendo, aí eu tentei da ré para sair, já tinha uns carros para trás e ficou muito complicado”, disse.
A testemunha ao perceber a situação, resolveu filmar, mas percebeu que era observado pelo réu e desistiu.
“Foi quando eu fiquei bem ao lado dele e ele meio que virou para mim, e eu me assuntei, o acusado no caso, aí eu parei de filmar, porque ele me viu com o celular na mão e eu não sabia o que estava acontecendo de fato”, contou.
“Eu com receio de acontecer uma troca de tiros, demorei um pouquinho e depois eu decidi passar. Quando eu fico ao lado do carro da vítima, eu escuto um choro de criança e então eu resolvi parar, ainda com receio porque ele [o acusado] estava com a pistola nas mãos. Eu me virei e falei para o acusado: ‘olha, tem uma criança dentro do carro’. Ele estava meio distante, mas eu fiz acenando: ‘olha tem uma criança dentro do carro, eu vi o choro”, contou.
Homicídio do tenente Kleber dos Santos Santana
Rede Amazônica/Reprodução
Em seguida, a testemunha que a princípio tentava ir embora, contou que, ao ouvir o choro da criança, resolveu parar e se aproximou do veículo, olhou pela janela do passageiro entreaberta, e viu o tenente e a criança.
“Eu vi a vítima ainda com o corpo se mexendo, acho que com o reflexo do coração ainda batendo. A criança estava desesperada, gritando […] Eu perguntei: ‘meu filho, o que foi?’; ele respondia: ‘papai, não conseguiu, papai não conseguiu'”.
“Eu falei: ‘vem comigo, vou te tirar daí”, contou.
Após tirar a criança do carro, a testemunha contou que avisou que tinha uma pessoa baleada e pediu para que chamassem uma ambulância e a polícia.
Em meio a tantas imagens e detalhes dentro do carro, e com o impulso de tirar a criança do veículo e chamar ajuda, a testemunha narrou que perdeu o foco em relação ao acusado e não notou quando ele fugiu do local.
“Eu já não percebi a hora que ele saiu, eu já me atentei a criança, entreguei nos braços da mãe dele”, concluiu.
Carro do tenente Kleber após tiros
Núbia Pacheco/g1
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