‘Salvou meu filho’, diz mãe que chegou com bebê engasgado em posto da PRF no AP

Caso aconteceu nesta quinta-feira (9). O pequeno João Lorenzo de 1 ano de idade estava engasgado quando a família conseguiu chegar no posto da PRF e receber ajuda. Os pais do pequeno João Lorenzo Lima Soares com o policial rodoviário federal Kleiton Sousa
PRF/divulgação
Na noite desta quinta-feira (9), uma emergência familiar ficou marcada para os familiares do pequeno João Lorenzo Lima Soares, de apenas 1 ano. Ele estava a caminho de casa com os pais, quando começou a passar mal.
A ocorrência
O pequeno João estava no carro com os pais indo para o município de Porto Grande onde a família reside e por volta de 20h, quando estavam na estrada, ele começou a vomitar.
Os pais perceberam que o bebê estava engasgado, pois não conseguia respirar.
“Tínhamos ido até a capital consultar o João, pois não estava bem. Muito gripado, não tinha dormido nada a noite. Por isso, levamos ele na pediatra dele. Na volta, uns 500 metros depois que passamos a rodoviária, ele começou a vomitar”, disse Weneth Soares, pai do bebê.
Foi nesse momento que começou uma verdadeira corrida contra o tempo, pois a criança não esboçava nenhuma reação.
“A mãe começou a se desesperar e gritar por socorro. Parei o carro e sem saber o que fazer, peguei ele no braço e comecei a pedir socorro no meio da pista. Passou uma família na hora, parou o carro e pensei: vou mandar ela com eles”, enfatiza Weneth.
A mãe do pequeno João embarcou no carro desconhecido que estava no sentido Macapá, com a esperança de salvar a vida do filho. O pai, pegou o carro da família e seguiu até o local que sabia que iria receber ajuda, o posto da Polícia Rodoviária Federal do Amapá (PRF).
“Ela entrou no carro deles e eu manobrei o meu e fui atrás. Chegando lá, ele já estava sendo socorrido. Fui muito rápido. Só pensei neles na hora. Sabia que eles são preparados pra tudo. E dei sorte que foi ele quem atendeu a gente. O João foi socorrido e voltou a respirar”, relembra o pai.
Final Feliz
Ao chegar no posto da PRF, a família foi atendida pela equipe de plantão composta pelo policial rodoviário federal Kleiton Sousa.
“Eu identifiquei que estava chegando um carro com o pisca alerta ligado e rápido… antes disso, estávamos nos preparando pra fazer uma ronda e algo me tocou: espera um pouco mais, não vai pra ronda agora… eu tava sentado em uma cadeira… troquei de lugar, fiquei de frente pra rodovia observando o fluxo… com 3 minutos após, esse carro chegou assim, desesperado… no que ele foi parando eu já avisei a equipe: tá chegando alguma emergência aqui, agora”, lembra o PRF.
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Manobra Heimlich
No atendimento do pequeno João, foi utilizada a manobra de Heimlich pelo policial, pois ele identificou do que se tratava ao olhar para o bebê. É um procedimento de primeiros socorros para tratar asfixia por obstrução das vias respiratórias superiores por corpo estranho, como alimentos ou brinquedos.
“Eu fui logo até o veículo e aí, a mãe já saiu do carro desesperada oferecendo a criança dizendo: tá engasgada, não tá respirando. De imediato, eu já peguei a criança e comecei a executar a manobra, tive que repetir entre 3 e 5 vezes, até confirmar que ela estava respirando, pois começou a chorar”, afirma o policial.
PRF Kleiton Sousa
Kleiton Sousa/reprodução
Kleiton Sousa, já foi militar da Marinha do Brasil por 4 anos, foi policial militar no Estado da Paraíba por 11 anos e atualmente está compondo a equipe de policiais rodoviários federais do Amapá, onde já soma 4 anos de experiência.
“Foi a primeira vez, que salvei uma vida efetivamente. Por mais que eu tenha uma experiência na Segurança Pública, mas, uma ocorrência com essa magnitude uma criança entre a vida e a morte nas minhas mãos. Quando você escolhe ser servidor público da carreira policial, entra em uma instituição que é multidisciplinar como a PRF e você vê uma mãe chegando com seu maior bem e lhe entregando com aquele olhar que diz: pelo amor de Deus, salva meu filho porque eu confio em ti… e não é confiar no PRF Kleiton Sousa, é confiar na PRF e vc ter a graça de concluir com exito um salvamento desse, ver a criança sorrindo, respirando… aquilo ali é o apogeu da sua vida profissional”, relembra Kleiton.
No caso do pequeno João Lorenzo, o atendimento rápido e preciso foi determinante para o salvamento da vida dele.
“É muito importante independente da profissão que estejamos, estarmos preparados pra ofertar o melhor possível. Às vezes, quando é pra salvar uma vida, você só tem menos de 1 minuto. Eu não tive mais do que 10 segundos pra identificar o problema e executar a manobra”, diz o PRF.
João Lorenzo e os pais no aniversário de 1 ano
Weneth Soares/arquivo pessoal
Treinamentos
Durante o curso de formação profissional todo PRF passa por uma carga horária alta em atendimentos de primeiros socorros com o aprendizado das principais ocorrências encontradas no dia a dia, como acidentes envolvendo motociclistas, para poder fazer a imobilização de luxações, entorses, estabilização da coluna cervical, avaliação primária, sinais vitais, uso de torniquete para conter as hemorragias, dentre outros
“A satisfação que o pai tem na instituição PRF foi algo que me impressionou. O pai disse: o meu intuito era conseguir chegar até o posto da PRF, porque se eu conseguisse chegar, eu sabia que vocês iriam salvar o meu filho”, finaliza Kleiton.
PRF Kleiton Sousa durante treinamento de salvamento
PRF/divulgação
Fiscalizações
A PRF sempre alerta a população para a importância de manter o veículo em condição adequada de trafegabilidade, principalmente, se for pegar a estrada. A medida, evita acidentes e ajuda na manutenção da tranquilidade nas rodovias.
“Quando você faz uma fiscalização em um veículo e você o impede de seguir viagem com uma família toda dentro porque tem uma criança sem cadeirinha, pneu liso, com uma película encobrindo tudo ou uma lâmpada que não é permitida, você não está apenas multando o cidadão, está impedindo que ele coloque a vida de todo mundo ali em risco e lá na frente aconteça um acidente e a pessoa venha a se acidentar em consequência disso”, enfatiza.
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