Garimpos ilegais crescem 304% em um ano dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque


Levantamento foi publicado nesta segunda-feira (19) pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena. Área devastada equivale a 170 campos de futebol dentro da maior unidade de proteção integral do país. Operação da PF em outubro de 2023 destruiu máquinas dentro do parque nacional
PF/Divulgação
Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (19) mostra que as áreas de garimpos ilegais cresceram 304% em um ano dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, a maior unidade de conservação de proteção integral do país. Os dados são do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé).
A área desmatada nesta região da Amazônia equivale a 170 campos de futebol. De 2020 a 2023 o crescimento da atividade garimpeira na região foi de 174%.
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O maior garimpo da região é também um dos mais antigos em atividade no país, com cerca de 130 anos de exploração. O garimpo de Lourenço fica no distrito de mesmo nome, no município de Calçoene, distante cerca de 374 quilômetros de Macapá.
Avanço do garimpo para dentro da unidade de conservação
Planet/Instituto Iepé
Apesar da atividade ser legalizada em Lourenço, a exploração começou a expandir para dentro da unidade de conservação e não pararam mais.
Em outubro de 2023, a Operação Divertere destruiu máquinas utilizadas pelos garimpeiros entre os municípios de Calçoene e a Terra Indígena Wajãpi. A ação foi realizada pela Polícia Federal (PF), com apoio do ICMBio e do Grupo Tático Aéreo do Amapá (GTA).
Mapa mostra o avanço da atividade garimpeira na região
Planet/Instituto Iepé
Segundo o instituto, para se obter 1 quilo de ouro são necessários 2,6 quilos de mercúrio. Os prejuízos ao meio ambiente também chegam aos moradores de áreas ribeirinhas que vivem às margens de rios que passam pela região, como as bacias dos rios Araguari e Cassiporé.
Em maio de 2023, uma pesquisa identificou que mais de 21% dos peixes consumidos na Amazônia têm níveis de mercúrio acima dos limites seguros. No Amapá, o estudo avaliou 114 exemplares de peixes de 27 espécies.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Greenpeace, Iepé, Instituto Socioambiental e WWF-Brasil.
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Sobre o parque
O parque foi criado em 2002 e possui uma área total de 3.864.443 hectares na Amazônia, tornando-o o maior parque nacional do Brasil e um dos maiores do mundo.
A unidade está localizada entre os estados do Amapá e Pará e abrange os municípios amapaenses de Calçoene, Laranjal do Jari, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio. Já do lado paraense o município de Almeirim é alcançado pelo parque.
O parque é atravessado pelas nascentes de 3 dos maiores rios do Amapá: Araguari, Oiapoque e Jari. A vegetação tropical pode ser vista a grandes distâncias, principalmente por conta do tamanho das árvores.
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