Nove, dos 16 municípios do Amapá possuem mais motocicletas que carros; veja relação


Aumento da renda, encarecimento dos carros e crescimento dos aplicativos de entrega são apontados por especialistas como motivos o avanço das duas rodas. Levantamento do g1 mostra crescimento de motos no Amapá
Rafael Aleixo/g1
Um levantamento do g1 mostra que 9, dos 16 municípios do Amapá possuem mais motocicletas do que carros. Em seis destes, o número é superior aos 50%. Entre os principais fatores, de acordo com especialistas, está o encarecimento dos carros e o crescimento dos aplicativos de entrega.
No país, uma em cada três cidades têm mais motos registradas do que qualquer outro tipo de veículo motorizado.
Os dados são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), atualizados em setembro de 2023. Além de carros e motos, os dados consideram também caminhonetes, caminhões e outros tipos de veículos.
Nesse total, o Amapá possui 241.561 veículos.
Municípios com mais motocicletas:
Amapá – 49,48%
Calçoene – 59,1%
Cutias – 50,24%
Itaubal – 54,21%
Laranjal do Jari – 61,82%
Oiapoque – 56,83%
Porto Grande – 49,03%
Tartarugalzinho – 49,29%
Vitória do Jari – 55,75%
Municípios com mais carros:
Ferreira Gomes – 52,83%
Macapá – 58,42%
Mazagão – 53,86%
Pedra Branca do Amapari – 47,27%
Pracuúba – 48,86%
Santana – 49,92%
Serra do Navio – 58,9%
Dados de veículos (até set/2023):
Automóvel: 99.267
Caminhão: 4.908
Trator: 640
Caminhonete: 27.909
Motocicleta: 77.636
Motoneta: 16.697
Ônibus: 1.453

As motos são ainda mais populares no Norte do país. Na região, 8 em cada 10 cidades têm mais motos registradas do que carros ou qualquer outro veículo. No Nordeste, 7 em cada 10 motos.
Com a orientação de especialistas, o g1 considerou como “carros” os veículos que estavam registrados no banco de dados como “Automóvel”, “Caminhonete”, “Caminhoneta” e “Utilitário”.
Os registros “Motocicleta”, “Motoneta”, “Ciclomotor” e “Triciclo” foram considerados como “motos”.
Por que o número de motos cresceu tanto
Para especialistas ouvidos pelo g1, três fatores estão por trás do aumento da proporção de motos na frota brasileira
COMPRAR MOTO SAI MAIS BARATO – o pesquisador do Instituto de Pesquisa Avançada (Ipea) Rafael Pereira afirma que aumento da renda nas últimas décadas criou o contexto ideal para a compra de motos. “A população de classe baixa quer sair do transporte público e tem duas opções: ou compra carro ou compra moto. Como a moto é mais barata, acaba sendo mais atraente para uma parcela dessa população”, disse.
CARRO POPULAR SUMIU – analista do setor e ex-diretor de montadoras como Ford e Volkswagen, Flavio Padovan ressalta que o preço dos carros subiu e o carro popular “sumiu” do mercado. “Nós já chegamos a ter 3,5 milhões de veículos vendidos [carros comerciais leves] por ano, e hoje estamos rodando em 2 milhões. Ou seja, 1,5 milhão de consumidores sumiram”, afirmou ele. De acordo com a Bright Consulting, de 2016 até agora o preço médio dos veículos vendidos no brasil subiu de R$ 19 mil em 2016 para R$ 138,6 mil em 2023.
PLATAFORMAS DIGITAIS – aplicativos de entrega também são citados como um dos responsáveis pelo atual cenário. “Principalmente durante e após a pandemia [de Covid-19], notamos um aumento significativo do licenciamento de motos, principalmente devido aos serviços de logística de last mile [etapa final, em que produto é entregue ao cliente] e entregas de comida e pequenos objetos”, avalia Paulo Miguel Júnior, conselheiro gestor da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).
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