No AP, criança segura mão de primo que não conseguiu se vacinar na Bolívia antes de viajar ao Brasil: ‘força para ele não chorar’


Pedro Jorge, de 7 anos, deu apoio a João Davi, de 9 anos, durante imunização em Macapá. Estado decretou situação de emergência em função de síndromes gripais. Criança de 7 anos segura mão do primo na hora da vacinação
Jorge Júnior/Rede Amazônica
Os especialistas apontam que a vacinação é a maneira mais eficaz de se proteger contra a gripe, mas as crianças, que pertencem a um dos públicos mais vulneráveis, muitas vezes sentem medo de encarar a seringa. O Pedro Jorge, de apenas 7 anos, ficou assustado e chorou na hora da imunização, mas dias depois, ele resolveu apoiar o primo e amigo, que veio de longe, com um gesto muito nobre.
Pedro Jorge segurou com força a mão do primo João Davi Callins, de 9 anos, enquanto observava com atenção cada movimento na hora da vacinação, no último domingo (21).
“Tomar a vacina é muito importante pra não ficar doente, não ficar gripado. Eu tomei vacina para ficar bem, eu só chorei porque estava com medo, por isso eu fui com o Davi, para dar uma força para ele não chorar”, expressou.
Amigos compartilham momentos importantes, seja de lazer ou de tarefas mais sérias
Jorge Júnior/Arquivo Pessoal
Davi contou que apesar de ter sentido um pouco de dor encontrou na companhia do primo coragem e não sobrou espaço para lágrimas.
“Toda a vez que eu vou no hospital a vovó sempre segura a minha mão e dessa vez, eu também senti mais companhia quando ele [o primo] segurou a minha mão”, disse.
O reforço da imunização contra a gripe no Amapá é uma das medidas emergenciais do governo para combater o surto de síndromes gripais pelo qual o estado passa.
O surto causou a lotação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas da rede pública e 4 mortes de crianças foram registradas.
Amizade que ultrapassa fronteira
Não existem barreiras para a amizade de Pedro Jorge e Davi Callins. Foto tirada na Bolívia
Jorge Júnior/Arquivo Pessoal
Davi é sobrinho da mãe do Pedro Jorge, Patrícia Rocha, de 41 anos. O pai dele, Diego Rocha, de 37 anos, se mudou do Amapá à Bolívia para estudar medicina há 6 anos atrás, quando Davi tinha 3 anos.
Atualmente Diego está em internato em medicina e por isso o filho, Davi, precisou voltar para o Brasil e está morando com a família de Pedro Jorge.
Diego conta que tentou imunizar o filho antes dele retornar ao Brasil, mas na ocasião ainda tinham poucos imunizantes e se esgotavam muito rápido em função do país viver um momento sensível com muitas crianças internadas, segundo ele.
“No período que o Davi estava aqui eles estavam liberando elas [as vacinas] por parte e quando eles liberavam, elas acabavam”, disse.
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